19.10.01

Voltei a beber. Nestes momentos de guerra de exposição à bactérias e vírus. Estas coisas malucas que acontecem por aí!. É melhor ficar em casa. Bebendo cervejas, e fingindo viver. Que merda! Eu não estou gostando nada de presenciar esse ataque bacteriológico. Parafraseando o Tipuri: “Falemos de paz até cansar. até gastar as gargantas. Falemos de utopia até secar a voz. Falemos individualmente, mas falemos todos, cada um do seu jeito, mas falemos.”

Então vamos falar. Até onde podemos aceitar isso? Precisamos urgentemente tornar o novo sistema a realidade. A rede é a anfetamina das conversações. Falemos sem parar. Talvez alguém acredite que podemos estar mais certos mesmo sendo errados, ou errantes.

Pois é, pra quê tudo isso? Pra quê vivemos, criamos filhos? Caralho, pra quê? Stop, o mundo parou. Foi o avião. Tiro de misericórdia na bestialidade humana.

Mas dá para mudar. Tem que dar! Se não acreditarmos nisso vamos morrer no marasmo da infâmia. Dá para fazer melhor, temos tecnologia para isso. Temos comunicação. Temos cerveja e somos, ainda, pessoas.
Comunicação em tempos de Crise.

O momento é complicado. Pois num mundo tão conectado não existe condições para a censura de informações. Os Estados Unidos têm tentado colocar um firewall para reter informações importantes e desestabilizar os inimigos. Mas não creio que existe condições reais para isso.

O mundo interconectado está falando mais alto. Mais livre para expor as idéias, pessoas comuns estão desenvolvendo projetos de comunicação bastante ousados. Desde um simples blog até sites sofisticados, ou até memes como o collateral assets, estas pessoas estão criando uma nova forma de comunicação. E esta nova equação é devastadora. Quebra os paradigmas da indústria da comunicação.

Isto acontece nesses dias de conflito. Principalemente, porque o alvo do terror está sendo as empresas de comunicação tradicionais. Os grandes broadcast receberam a ameaça de anthrax, e pelo que parece o mundo estará susceptível a um ataque mais abrangente.

As publicações menores e conectadas têm um papel diferenciado neste processo informativo. São vozes sem censuras, tanto do ponto de vista dos aliados (sic) como do terror. São difíceis de se calar.

Assim, nesse período de crise as perspectivas da comunicação vão ser função direta do pragmatismo das pessoas comuns, que passam a ter uma função única de levar à rede todo o poder da comunicação. Pessoas que perceberam que através da disponibilização da opinião própria podem ser protagonistas deles mesmos nesse perído de equívocos.

Penso que o mundo não será mais o mesmo. Onze de Setembro marcou o recomeço. A polarização do ocidente e do oriente nunca foi tão radical. Mas acredito que existe uma nova variável. Somos nós, pessoas comuns, que estamos buscando revolucionar as relacionamentos humanos através da rede de computadores. Como diz meu amigo Estraviz: “tanto falaram em bioterrorismo que ele apareceu. anthrax... caralhax! Falemos de paz até cansar. até gastar as gargantas. Falemos de utopia até secar a voz. Falemos individualmente, mas falemos todos, cada um do seu jeito, mas falemos.”

16.10.01

Fala- se muito em convergência. Alguns predizem que o futuro da Internet será uma grande cadeia de televisão. Este pessoal não está na rede para perceber que é o contrário. Veja o exemplo das radios virtuais. A Internet garante a qualquer um o mesmo espaço para radiodifusão das suas preferências. Não importa se você traz na bagagem um nome offline. Interessa a audiência online.

Outro fator importante é a capacidade de criar a sua própria programação. Sem o dedo de uma empresa ou instituição. Sem jabá. Temos liberdade de escolher que músicas ouvir.

Televisão vai para o mesmo caminho. Existe tecnologia para difundir a TV a uma total personalização. A banda é fator limitante, mas só por algum tempo. Arquivos de programas poderão ser coletados na rede e assistidos no teu próprio computador. E no momento preferido. Livres da grade de programas.

Assim como nas publicações de textos, as outras mídias estão aderindo rapidamente ao ambiente digital. TV pode ser assistida pela Internet, e qualquer pessoa pode fazer televisão e morder uma parcela ínfima da audiência. Embora 100.000 de ínfimos formam um mercado razoável. Isso não é futuro. É realidade

15.10.01

Internet é mídia

Tenho falado bastante que a Internet não foi criada para se fazer negócios. Apesar de alguns amigos insistirem em tentar se relacionar com a rede sob o ponto de vista empresarial e tentar enfocar como se fosse apenas mais um case para ganhar dinheiro.

Esses caras não acompanham os mercados. Negócios na Internet estão prejudicados desde a explosão da bolha da Nasdaq. Foi decretado o fim do tradicionalismo empresarial no mundo virtual. Bye Business Plan, bye... bye incubadoras perdidas... bye idéias inovadoras de e-commerce... bye... bye Brazil.

E neste ambiente de pseudo negócios foram criadas as mais delinqüentes idiossincrasias. Pessoas inescrupulosas criaram negócios para levantar investimento e quebrar. Esta foi a dinâmica da Internet. Mas isso já terminou. Embora a mentalidade do empresário conservador ainda se mantém.

Internet é mídia. Multimídia para ser mais justo com as palavras. É um meio interativo onde as pessoas tem a capacidade de trocar palavras, conhecimento. Isso através de um toque no mouse e olhos vidrados na tela. Pensamentos se esvaem na não linearidade da rede. O ser humano aprende uma nova forma de conversação.

Pois é, interatividade significa troca. Ahhh, dá para se fazer negócios também. Mas não trate a rede como se fôra uma ferramenta para vender mais. É mídia, mas não tem nada de parecido com as outras mídias tradicionais. não é radio, não é TV, não é reativa. Internet é muito diferente pois não permite que o broadcast impere.

Broadcast??? Sim, radiodifusão, comunicação de massa. De um para o resto e de cima pra baixo. Essa idéia ficou no passado.

Na rede não tem essa possibilidade. Conversamos pessoa a pessoa. Numa troca diferente, sem ferramentas pré concebidas, pois ainda não temos o domínio de uma conversação abrangente de largo espectro. A estratégia de comunicação é muito diferente do que fôra outrora.

Esta estratégia tem que levar em conta uma nova variável. Os mercados são conversações. E são pessoas comuns que fazem os mercados. Logo, essas pessoas estão muito mais informadas e inteligentes. E estão abarcando os mercados com unhas e dentes, e reconquistando o poder. Essa variável está transformando radicalmente o mundo dos negócios. A relação empresa consumidor está sendo revista em profundidade. E a tendência está numa nova forma de comunicação e convivência.

Falta os empresários entenderem que Internet é uma mídia poderosa. As conversações são muito mais eficientes do que a velha propaganda de interrupção. É muito mais rápida e efetiva. Pois não estamos apenas bombardeando nosso prospect com mensagens vazias. Estamos trocando informações e conhecimento. Com transparência, autencidade e propósitos honestos. As empresas começam a aprender que não podem ficar em silêncio, ou sucumbirão nas mentes das pessoas.

Este é o novo sistema. Muita gente, em todas as partes, estão clamando por uma nova ordem mundial. Não podemos deixar o egoísmo capitalista segregar esta revolução digital. Temos reais condições de apresentar uma saída pra a humanidade. Isto não tem nada de utópico. A nossa proposta vem rompendo as amarras da sociedade industrial. E acredite... muita gente tem buscado um mundo melhor, em todos os sentidos. A Internet é a mídia que possibilita os acontecimentos.