12.9.01

Diálogos sem conflitos

Bem, quem sou eu para comentar sobre o começo do mundo. Não sou político, nem estudioso de questões internacionais. Não sou pensador. Sou um simples analista. Alguém que gosta de olhar para os mercados e dar opiniões.

O que podemos acrescentar sobre esta tamanha crise que se instalou. Não pretendo ser piegas me referindo ao coração da economia internacional. Atos terroristas são hediondos. Matar inocentes por mais santa que seja a causa é um retorno a barbárie. O gosto de sangue repete a história. E cada vez mais com mais requintes de tecnologia.

Mas esta crueldade tem endereço. A sociedade sempre foi moldada pelos detentores do poder. Os gerentes do sistema nunca foram tolerantes com a transformação ou com idéias diferentes, por mais esquisóides que sejam estes pensamentos. As pessoas comuns estão na mira do descaso, da fome, da intolerância, do preconceito e da miséria.

O bom senso diz para não misturar tragédia com ideologia. Mas por que? Este tipo de tragédia nos mostra os caminhos dos mercados... ah, política também são mercados. Miramos os movimentos para encontrar as tendências.

Eu morei em Israel. Duas vezes. Na primeira vi um país cheio de vida. Era 1981, e apesar dos conflitos bélicos, havia cordialidade. Em 1990, o medo havia se instalado. A intifada estava nos primórdios. O mercado árabe de Jerusalém fechou parcialmente o comércio. Aquele micro mundo ficou paralisado. Estava declarado o conflito. E na guerra vale tudo.

Espero a paz. Nem um território, nem uma vida vale o terror da morte. Não tem poder no mundo que resista ao espirito de sobrevivência de pessoas que lutam pelos seus direitos. Mesmo quando não se acredita ou concorda com esses direitos. A Guerra e paz são antagônicas e complementares. E por isso só podemos respeitar um ideal de paz convivendo com a dor. Aguentando a angústia dos nossos tempos para transformar em amor.

A verdadeira guerra que temos que encarar é a das idéias. O fim das guerras. Chega de sangue, chega de falta de humanismo. Temos que entender os propósitos. A intolerância é a nossa maior culpada pelos conflitos humanos.

Percebo que a sociedade digital está mostrando que existe humanidade por trás de toda essa revolução dos bits. Nunca li tantos corações humanistas conversando através da rede. As pessoas entenderam que este momento de dor é propício para a reflexão. Pessoas debatem abertamente na Internet e este poder dos mercados trazem uma nova dinâmica nessa equação complicada da civilização. Existe uma propensão ao diálogo. Um novo bom senso esta sendo construído, onde os conflitos de idéias sobrepujam o embate físico.

Sinto que há solução. Apesar de toda tragédia. De toda a retaliação que virá. O impulso da tecnologia está abrindo as portas para um debate maior. Estamos tendo a oportunidade de (re)começar. As pessoas estão conversando. Sem armas para se atacar ou se defender. E como disse Maquiável: “A pena corta mais do que a espada".

11.9.01

sistema aberto

Neste momento ficamos sem palavras. Atos de terrorismos são horríveis... condenáveis. Mas o sistema que gerencia os caminhos da civilização também são terroristas. Pessoas são alvo de ataques silenciosos efetuados em nome do desenvolvimento, do progresso e do bem estar.

Não acredito na guerra como solução. Talvez fosse o momento de reflexão. Ao invés da retaliação bélica, tentar entender o por quê deste ato de insanidade. Onde será que estamos errando? e como tentar mudar tudo isso? Penso que o problema esta no sistema. Pois esses ataques são a prova mais cabal que esse sistema atual está completamente falido. A violência é explícita. Tem a atenção de todas as redes de TV. Como a violência institucionalizada que permitem crianças morrerem de fome, o preconceito, a miséria e a intolerância.. E para quê? Para a manutenção do status quo de uma minoria insensível que se acha dona do mundo.O mundo está mudando e acredito que a revolução digital está nos dando uma oportunidade quase única de viver melhor. Estou querendo refletir sobre isso... mande um email
A eficiência da metadata

Uma avalanche de informações cai sobre a nossa cabeça a cada dia. É difícil conseguir lugar para guardar tanta coisa. Mas vale a pena tentar. O mundo digital está pregando uma peça na mente de todo mundo, pois em vez de liberar- nos da tarefa de ter que guardar no nosso cérebro, faz de nós escravos da informação.

Mas o que é informação? Textualmente, é o ato ou efeito de informar(-se); ou a medida da redução da incerteza, sobre um determinado estado de coisas, por intermédio de uma mensagem. Mas isso não significa ter o conhecimento. Somente aponta para a informação da informação... isso é metadata.

Na web, metadata é crucial. Pois todo mundo pode publicar qualquer coisa na rede. Em sites, nos fóruns, em simples emails ou nas listas estamos, sempre, buscando sugestões ou evidências. Estamos atentos para as vozes dos mercados. A credibilidade é validada por um processo de verificação de boca-a-boca.

Este é o motivo que faz da reputação uma variável potente no mundo digital. Pois as vozes ouvidas são aquelas que têm consistência no tempo. Ou coerência nas palavras, mesmo que estas idéias sejam conflitantes com a ética em que vivemos. Aliás, é exatamente essa ética corrompida que está na pauta da mudança.

Existe vontade explícita de transformação com o intuito de elevar a humanidade. Explodir os paradigmas da sociedade. Rebelar- se contra a imposição de regras inexplicadas. Pagar impostos e não receber nada em troca. Debater o maquiavelismo das empresas. A sociedade civil tem na internet uma ferramenta que possibilita este diálogo. Não devemos abaixar a cabeça e aceitar. Podemos falar, e cada vez mais forte.

Mas seremos sempre reféns da nossa qualidade humana. Errar é normal. Desculpável... Mas persistir no erro é desmascarar a imbecilidade do indivíduo. O egoísmo é inimigo da civilização. Assim como a reverberação do próprio umbigo não traz evolução. É um processo esquizóide de paralisação mental.

Aproveite a metadata. Crie links com o universo digital. Aponte para as informações das informações. Esqueça o teu próprio desenvolvimento. Distribua o teu saber, as informações que encontra perambulando pela rede afora. Use e abuse dos hyperlinks. Seja autêntico, transparente com seus interesses. Mas não minta. Não abuse do teu egocentrismo para querer crescer na rede. É ilusório, pois no princípio você encontra uma luz no fim do túnel, mas esta luz se torna a cada dia inalcançável. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Aprenda a ser feliz com as tuas limitações. É para isso que nascemos humanos. No emaranhado virtual somos seres de verdade. Capazes de aprender e ensinar. De conversar... de reaprender a conviver, respeitar e amar.